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Lavagem nasal em crianças: devo fazer ou não?

Lavagem nasal em bebês e crianças

Hoje eu quero falar sobre a lavagem nasal em crianças e e bebês.
A lavagem nasal é uma alternativa eficaz para prevenir gripes e resfriados, inclusive em crianças. Isso porque o método diminui a inflamação das vias aéreas e a formação de muco, que deixa o “nariz entupido”. Porém, sabemos das dificuldades em fazer a lavagem em crianças e bebês, que ficam incomodados, choram, e sentem desconforto.

O procedimento é simples e seguro, e pode ser feito por adultos nas crianças a partir de jatos nasais contínuos, conta-gotas ou dispositivos próprios.

Quando a lavagem nasal é indicada?

É possível fazer a lavagem nasal em crianças a partir dos seguintes sintomas ou
diagnósticos:

  • Higiene nasal/umidificação, especialmente em locais de umidade baixa;
  • Rinite alérgica e não alérgica
  • Rinossinusites
  • Sangramento nasal
  • Adenotite

E quando não tem nenhum diagnóstico? Posso fazer?

Sim. A lavagem nasal com solução salina na ausência de doença tem a função de umidificar a mucosa para manter a adequada fisiologia, especialmente em condições climáticas e ambientais desfavoráveis, como em locais com altas taxas de poluição e/ou baixa umidade relativa do ar.

Pode ser usada também para higienizar o nariz, após exposição a substâncias irritativas, como cloro, poeira e outras partículas nocivas, como por exemplo, após um banho de piscina.

Como fazer a lavagem nasal em crianças pequenas?

A técnica de lavagem em crianças pode ser executada pelos pais ou responsáveis a partir de alguns cuidados simples. Pode ser feita com seringa, spray de jato contínuo ou garrafinha.

Em bebês de 0 a 6 meses, o ideal é utilizar um aspirador nasal, de preferência após um banho morno, ajudando a dissolver a secreção.

A lavagem nasal é feita com soro fisiológico, de acordo com o tamanho de cada paciente:

  • Em bebês de 0 a 6 meses: seringa de 1ml, repetir quantas vezes precisar. Se for jato contínuo, utilizar por 3 a 10 segundos em cada narina.
  • Crianças acima de 6 meses: 3 a 20 ml de soro em cada narina. Jato contínuo, usar de 3 a 10 segundos em cada narina.
  • Em adultos utilize 20 ml em cada narina.

O procedimento pode ser feito até três vezes ao dia, mantendo sempre a boca aberta durante a lavagem. Cada processo deve ter no máximo 10 segundos de duração em cada narina, com a criança sempre sentada.

É importante fazer uso sempre do soro fisiológico em vez de outros produtos, como soluções hipertônicas, que não têm eficácia comprovada e podem provocar ardência nos pequenos.

Uma dica, em crianças a partir dos 4 anos de idade, é deixá-las fazer a lavagem ‘sozinhas’, com acompanhamento. Isso porque as crianças se sentem mais seguras e confortáveis segurando o jato spray.

A sensação de desconforto ou dor nos ouvidos está relacionada com a aplicação de pressão excessiva durante o momento da lavagem nasal. O uso de dispositivos com maior volume deve ser criterioso em crianças com risco de aspiração. Idealmente, para o uso das garrafinhas, a criança deve ter o reflexo da tosse preservado.

Em resumo, a lavagem é um método seguro e eficaz para a desobstrução das narinas em crianças. Prefira dispositivos adequados, como as garrafinhas vendidas em farmácia que já vêm com sachês de cloreto de sódio. E em caso de sintomas frequentes, como obstrução nasal frequente e presença de muco constante, consulte um médico especialista para obter a orientação correta.

Sobre a Dra Ane Trento

Dra Ane Trento é Otorrinolaringologista, com residência médica realizada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, e Fellow em Cirurgia Facial no Hospital do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO). Atende em Santa Catarina (SC), nos municípios de Criciúma, Tubarão e Içara. Para mais informações, clique aqui.

As informações disponíveis neste site possuem apenas caráter educativo e não substituem a consulta com um médico.

Dra Ane Trento é Otorrinolaringologista, com residência médica realizada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, e Fellow em Cirurgia Facial no Hospital do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO).

Atende em Criciúma (SC).

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