A parede que separa uma narina da outra é chamada de septo nasal. O ideal é que essa estrutura – formada por osso, cartilagem e mucosas – seja reta, mas não é o que sempre acontece.
Quando o septo nasal não é reto e as narinas não são separadas igualmente, dizemos que há um desvio de septo. O problema pode ser congênito ou aparecer na infância, durante o desenvolvimento dos ossos da face.
Acontece, até, de o desvio de septo aparecer apenas na vida adulta. Ainda, traumatismos, tumores, processos inflamatórios, infecciosos ou alérgicos crônicos, ou cirurgia podem causar o distúrbio.
Sintomas do desvio de septo
Os sintomas do desvio de septo variam de pessoa para pessoa e de acordo com o grau da tortuosidade, podendo até ser assintomático. Uma das principais queixas de pacientes é a congestão nasal, que pode se apresentar como uma leve dificuldade para respirar até o bloqueio total das narinas.
Geralmente o problema afeta apenas uma das narinas, mas quando o desvio é mais acentuado, o entupimento nasal pode acometer os dois lados. Nesses casos, a gravidade do problema é maior, pois o(a) paciente começa a apresentar outros incômodos, como respirar pela boca e ter dificuldade para dormir. Roncos, dores de cabeça e na face, e até cansaço também podem aparecer.
É comum, ainda, apresentar acúmulo de secreções e sangramentos, além de quadros frequentes de inflamação e infecção do nariz. Entretanto, algumas pessoas só apresentam esses sintomas quando têm infecções das vias aéreas ou quando estão resfriadas. Isso porque essas condições agravam os sintomas do desvio de septo.
Quando se preocupar?
Quando o desvio de septo começa a prejudicar a respiração, é hora de se preocupar. Por isso, a visita à(ao) otorrinolaringologista é essencial. Além de realizar o diagnóstico do problema, a(o) profissional será responsável por averiguar a existência de fatores de risco associados e indicar o tratamento mais adequado.
Além da avaliação dos sintomas relatados, especialistas costumam realizar exame clínico. O instrumento utilizado ajuda a abrir levemente as narinas para visualização do interior.
É na consulta também que a(o) otorrinolaringologista realiza a videonasofibroscopia. O exame é específico para diagnóstico de desvio de septo.
Se achar necessário, a(o) médica(o) pode também solicitar uma tomografia computadorizada dos seios perinasais – cavidades cheias de ar situadas no interior dos ossos do nariz. Ela serve para investigar agravantes como a presença de pólipos, tumores ou hipertrofia dos cornetos.
Quando a cirurgia de desvio de septo é uma opção?
A cirurgia de correção do desvio de septo é indicada quando o problema afeta diretamente a capacidade de respiração do(a) paciente. Chamada de “septoplastia”, ela geralmente é recomendada quando os principais sintomas (congestão nasal, dor de cabeça, sinusites, e apnéia do sono) permanecem mesmo com tratamento e começam a prejudicar a qualidade de vida.
O principal objetivo da intervenção cirúrgica é a centralização do septo nasal. O procedimento costuma ser realizado após os 16 anos de idade, quando o crescimento nasal finaliza. Porém, se o desvio septal for acentuado a ponto de dificultar a respiração nasal, a intervenção pode ser necessária mais cedo.
A correção do desvio de septo também é recomendada nas cirurgias estéticas. Isso porque, além de acabar com a obstrução nasal, esse tipo de intervenção pode melhorar o aspecto do nariz.
A cirurgia estética pode, por exemplo, deixar a ponta nasal mais arrebitada e amenizar o chamado “calo ósseo”, motivo de queixa de muitos(as) pacientes. O septo removido pode servir, ainda como enxerto, em alguns casos.
Sobre a Dra Ane Trento
Dra Ane Trento é Otorrinolaringologista, com residência médica realizada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, e Fellow em Cirurgia Facial no Hospital do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO). Atende em Santa Catarina (SC), nos municípios de Criciúma, Tubarão e Içara. Para mais informações, clique aqui.